sexta-feira, 14 de setembro de 2012

o drama de encontrar casa em maputo


vamos ter de sair da fofinha da nossa casa. e a saga para encontrar casa começou...
quando cheguei aqui comecei logo uma árdua tarefa - redefinir padrões (ou em linguagem corrente "passar de cavalo para burro"). a dificuldade começa logo quando temos de decidir como encontrar casa. aqui as imobiliárias funcionam, genericamente, para empreendimentos ou grandes negócios. temos de tratar de tudo com os chamados "intermediários". é uma raça estranha, com grande tendência para a trafulhice. depois temos o problema dos preços. aqui os t2 custam no mínimo 1000 euros por mês. o pânico, portanto. como trabalho, normalmente vejo casas ao fim da tarde. à luz da lanterna, pois que nunca há electricidade nas ditas. depois bem que podemos estar muito interessados e o senhorio dar a sua palavra. 'tá bem, 'tá. se aparecer alguém que dá mais, já fomos. é tipo leilão.
e depois temos aquela questãozinha pequenina de as casas estarem, habitualmente, em muito mau estado. já o disse por aí, que prédios sem elevador é o que mais há por aqui. prédios sem luz nas escadas também. para além disso, as casas não têm coisas simples como... exaustores. gosto muito do cheiro a fritos a pairar pela casa. também há divisões que só têm redes mosquiteiras, não há cá vidro para ninguém, para quê mesmo?! quando há vidro, as caixilharias são do piorio. é o tudo-o-vento-levou dentro de casa, que é sempre giro. os quartos de banho têm sempre 50 anos (loiças sanitárias em pink não é mau, é muito mau). assim como as cozinhas (que são do tempo do arroz de 15 e quase não têm armários). depois, por maior que seja a casa, raramente tem mais que um quarto-de-banho com banheira/chuveiro. canalização é para esquecer. infiltrações também é normalito. ligação de água quente na cozinha também é uma raridade.
portanto, podem imaginar a dificuldade de arranjar casa. agora digo "esta casa é óptima" para casas que em portugal não iria nem arrastada. agora, continua a haver casas que não vou nem amarrada. há mínimos (são é diferentes dos daí!). como aquela de mosaico branco no chão inteiro, que o diogo achou espantosa. poupem-me. não me faltava mais nada do que viver num quarto-de-banho gigante.
torçam por mim, sim? há-de aparecer alguma coisa.

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