palavras sábias (que não são minhas)
"E o pior é que nós, as mulheres, achamos tudo isto normal. Compramos as revistas, passamos fome e penúrias graças a dietas impossíveis, duvidamos da nossa sensualidade cada vez que nos encaramos com uma miúda mais nova ou mais alta ou mais gira, sofremos por um quilo a mais ou por ter o cabelo menos brilhante, invejamos as pernas esquálidas das top models, olhamo-nos ao espelho uma e mil vezes à espera de encontrar um novo defeito, como se não nos bastassem os que já temos. É normal que os homens digam que não nos percebem, que achem que somos doidas varridas. Eles olham para nós, atacadas dos nervos, sempre insatisfeitas com as nossas coxas e com a barriga que nunca voltará a ter dezoito anos e encolhem os ombros, esperando que num desses arrebatos histéricos à volta do nosso corpo lhes prestemos atenção quando nos dizem ao ouvido que estamos bonitas assim, que qual dieta qual carapuça, que anda cá minha fêmea com as tuas mamas e as tuas banhas. Só temos que deixar de insistir no evidente: que nunca pesaremos quarenta quilos e que não há gajo que goste de dormir com um esqueleto ao lado, por muito capa de revista de moda que seja."
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