segunda-feira, 27 de maio de 2013

As festas de anos dos putos

Eu ainda sou do tempo em que as festas de miúdos eram coisas controladas. Convidavam-se meia dúzia de amiguinhos da escola. Juntava-se os primos, tios e avós. As festinhas eram em casa. Tínhamos direito a pão de leite com fiambre. Mousse de chocolate e gelatina. Muitos rebuçados flocos de neve. E mais aqueles típicos de fruta ou sugus. Havia salame de chocolate. O bolo era de laranja ou chocolate, enfeitado com pintarolas. Tudo feito em casa. Na loucura, às vezes tínhamos copos e guardanapos temáticos. E pronto. Hoje em dia, pelo que vejo na internet em Portugal, e pelo que ouço aqui, a coisa está a chegar a um nível muito elevado. Tipo casamento. Os bolos são obras de arte. Os convites são impressos em gráficas e em papel top. Envolve decoradores. Há palhaços. E até fogo-de-artifício. É a loucura. E se bem que as coisas ficam amorosas. Eu só consigo pensar que não percebo.  Mesmo. Porque, a sério, nós éramos muito felizes com muito menos.

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