sexta-feira, 5 de abril de 2013

Galgar quilómetros

Já me tenho queixado por aí, que aqui se fazem muitos quilómetros. Muitos mesmo. Por necessidade, a maior parte das vezes. Por vontade, as restantes. A verdade é que este país (e este continente também) é gigante. E as coisas são todas muito distantes. E se queremos ir, fazer e acontecer, temos mesmo de nos fazer à estrada. E aqui é que começam os problemas. E as minhas implicações. As estradas aqui são más. E isto, é quando existem. Não são, de certeza, aquelas linhas de alcatrão a que eu estava habituada. A maior parte das vezes também não têm as pinturas (aquelas linhas que limitam os sentidos, os traços contínuos e etc não existem). Não têm reflectores. Não estão sinalizadas (placas é para esquecer...). E são más (mas isso eu já disse, certo?). O que torna sem sentido medirmos as coisas em km. Normalmente falamos em horas. Porque 200 km podem demorar coisas diferentes. 3horas se fôr para norte. 4horas para sul, se tivermos sorte na fronteira com a África do Sul. 6horas se fôr em picada. E depois há aquelas onde só se chega de jeep 4x4. Enfim. Uma infinidade de hipóteses. Nenhuma delas envolve auto-estrada. Nem sequer equivalem às estradas nacionais de Portugal. We wish.
Por exemplo, hoje vamos partir em viagem. Para o Norte. Qualquer coisa como 500 km. Que vão demorar para aí 8horas a fazer (porque são na melhor estrada de cá). Os rapazes dizem que não. Que vai ser um tirinho. Eu aposto em duas horas só para sair da cidade.
Mas pronto, onde é que eu queria chegar com isto?! Queria dizer que eles acham que eu sou uma drama queen. E que só protesto. Mas passa pela cabeça de alguém aí em Portugal, ir do Porto até Marrocos num fim-de-semana de 3 dias?! Ou ir só ali num instante do Porto almoçar a Setúbal?! Ou ir às compras a Sines?! Não, pois não?! Pois...

O que vale é que amanhã me esqueço de tudo. Quando mergulhar naquele mar. E vir aquela areia branca.


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