quarta-feira, 19 de maio de 2010

a casa dos meus avós

a safada da nuvem parece que vai mesmo pisgar-se para o pólo norte conforme conselho aqui da piquena. assim parece que vou conseguir ir ao porto matar saudades de tudo e de todos. do meu tomasinho e da minha mossinha (os cães), da famelga, do namoiro e dos amigos. outra das razões porque estava tão ansiosa é porque quero ir a casa dos meus avós. agora já não é deles. é da minha quase cunhada. sofreu muitas obras. faz-me impressão pensar que vou chegar lá e vai estar tudo diferente. às vezes, quando penso que vou lá visitar o meu d. imagino a casa como era antes. queria chegar lá e sentir aquele cheiro a madeira de móveis antigos do corredor. também queria que o corredor continuasse muito comprido, onde o meu avô fazia quilómetros. queria chegar lá por volta das 5 horas e ouvir os dois relógios a dar badaladas, quase simultaneamente, e sentir o cheiro a chá. sempre o mesmo. o quarto dos meus avós já não vai cheirar a laca e pó de talco, nem a água de colónia de alfazema. a sala também já não vai ter cheiro a livros, nem o cadeirão do meu avô, nem a senhorinha da minha avó. agora vai ser mesmo tudo diferente. para não me fazer tantas saudades vou fingir que em vez de entrar no primeiro esquerdo, entrei no segundo andar. porque a casa dos meus avós vai ficar para sempre. na minha imaginação, pelo menos.

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